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Eu e o mundo

As minhas impressões, opiniões e outras coisas acabadas em ões sobre o mundo, pelo menos o mais próximo de mim.

Eu e o mundo

As minhas impressões, opiniões e outras coisas acabadas em ões sobre o mundo, pelo menos o mais próximo de mim.

Ai e tal... o que realmente me irrita no homem

Não, não me enganei a escrever. É no homem e não nos homens, que eu não sou pessoa para me andar a irritar com os homens que não são meus. Irrito-me com o meu, que ando a educar há anos e que já foi muito menos civilizado do que é hoje em dia.

Começo por dizer que acho fundamental para qualquer relação, ou pelo menos uma das coisas que prolonga a vida de uma, que o casal tenha casas de banho separadas. Nós temos. Eu uso a do quarto e ele a do escritório. E assim nas coisas que me irritam nele não estão incluídas o típico tampo de snaita, as pastas de dentes, frascos de champôs e gel de banho destapados e coisas afins.

O que, convenhamos, reduz logo bastante a minha lista.

Ora então, posto isto:

Decidir assim de repente o que mais me irrita nele não se está a revelar tão fácil como eu previa, ocorrem-me algumas coisa, mas tinha pensado em pôr isto por ordem de importância e não vejo assim nada que se destaque. 

E também tenho de confessar que a maioria das coisas que me irritam no homem têm mais aver com o meu feitio, ligeiramente difícil, do que com outra coisa. Note-se que o ligeiramente foi dito em tom irónico!

Posto isto, pela segunda vez:

- Irrita-me que ele espalhe cinza pelo escritório todo. E é mesmo todo, até os teclados dos computadores têm de ser limpos meticulosamente porque estão geralmente cheios de cinza. Beatas não, porque não cabem nos intervalos das teclas, mas cinza... Às vezes penso que ele agita o cigarro deliberadamente para semear a cinza no máximo de espaço possível. Qualquer dia instalo uma câmara só para ver como é que aquilo acontece. Sendo que o escritório está, obviamente, dotado de um belo cinzeiro, onde deveria ser depositada toda a cinza.

- Irrita-me que quando abre uma garrafa de vinho deixe invariavelmente a rolha dentro da gaveta onde está o sacarolhas. É uma coisa que me ultrapassa completamente. Nesta casa não, mas onde moravamos antes cheiguei a tirar assim umas 20 rolhas da gaveta. Brincadeira!

- Irrita-me que quando vem tomar o pequeno almoço à cozinha deixe a bancada, ou a ilha, ou as duas coisas completamente cheia de farinha de pão. E que aproveite e alargue esse espaço de espalhar farinha até à gaveta das facas, porque não limpa a faca antes de a guardar. "Não está suja. Foi só de abrir o pão", já me respondeu... Coitado, nem sabe o risco que correu nesse dia. Controlei-me assim por pouco.

- Irrita-me que sempre que vai à quinta venha com as botas cheias de terra e a espalhe criteriosamente pela casa toda. Por mais que eu me esforce, não há nada a fazer. Está-lhe no sangue.

- Irrita-me que quando anda nas fases "grávido", que são aquelas em que não tem fome de qualidade nenhuma, eu me esforce para o alimentar e ele se sente à mesa, olhe para a comida com aquele ar "que raio de porcaria é esta", como se tivesse o prato cheio uma coisa nojenta e não de um qualquer prato que num dia normal seria um dos preferidos dele.

- Irrita-me e muito, aquela mania que felizmente não tem muitas vezes, de que só ele é que sabe, só ele é que tem razão e ninguém é capaz de o convencer do contrário. Geralmente no dia a seguir passa-lhe. Felizmente para ele. E para mim.

- Irrita-me que sempre que tira meias ou boxers das respetivas gavetas as deixe como se por lá tivesse passado um tufão. E dos fortes. E o mesmo é válido para as gavetas das camisolas, pólos de golfe, pijamas, t-shirts, enfim gavetas de roupa.

Neste momento não me lembro assim de mais nada. Não é assim tão mau, pois não? Num ranking de irritações que as mulheres sentem em relação aos homens até acho que tenho bastante sorte. 

Não me queixo de falta de respeito, de queixas sobre a minha condução, de coisas do género: "o almoço está pronto?", quando muito um "vais fazer almoço, ou queres ir almoçar fora?". 

O meu homem é ótimo. Respeita-me, dá-me espaço, deixa-me respirar, não me cobra. Estão com inveja?

Pois, acredito. Está quase educado!

Tem sido um trabalhinho persistente e feito com calminha. Mas eu sou uma pessoa persistente. Calminha é que tem dias. Poucos, mas ele também já está habituado.

Posto isto, comecei a pensar em quais serão as coisas que o irritam em mim.

Não lhe vou perguntar, claro. 

Mas posso dar alguns palpites.

- A minha mania de abrir a janela do quarto antes do tomar banho por causa do vapor da água quente, que no meu caso é mesmo quente, faça chuva ou faça sol. Coitado, ele deitado a levar com o frio da janela em cima. Sabem o que ele normalmente me diz? "Até gosto de estar quentinho na cama e sentir o frio que vem da rua". É ou não é adorável?

- A minha mania de lhe tirar as coisas da mão e fazer eu. Tipo: "Dá cá isso que eu abro, antes que espalhes tudo". A verdade é que ele é um bocadinho desastrado e tem tendência a fazer porcaria.

- A minha mania de insistir em que as refeições devem ser tomadas a horas certas e com toda a gente sentada à mesa. Uma mania saudável, mas uma mania.

Não me lembro agora de mais nada, mas seguramente devem existir mais coisas.

Por isso e concluindo: Ele atura as minhas manias e defeitos, eu aturo as manias e os defeitos dele e somos felizes. Ah, pois somos. 

 

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