De quando elas era muito pequeninas...
Ultimamente tenho andado a divertir-me imenso a ler o blogue "Pais de Quatro", do jornalista João Miguel Tavares, que me faz rir à gargalhada com as aventuras de dois adultos que vivem com quatro crianças.
E que me tem feito recordar muitas coisas de quando as minhas filhas eram pequeninas. Tenho imensa pena de que ainda não existissem blogues nessa altura e que a internet estivesse a dar os seus primeiros passos.
Ontem e depois de receber uma mensagem de uma amiga a propósito dos grafittis da filhota na parede do quarto, lembrei-me da minha maneira de ultrapassar o problema.
As minhas filhas têm 29 meses de diferença e portanto o disparate era comum às duas, com a agravante de que quando a mais nova inventava uma asneira, a mais velha mesmo que já soubesse que não devia, ia atrás. Sempre podia culpar a irmã, que no fundo era para isso que ela achava que a criança servia.
Então no quarto delas havia uma parede forrada para aí até meia altura com papel de cenário, onde elas podiam manifestar a sua criatividade à vontade. E elas cumpriam. Nunca riscaram sofás, paredes sem papel, etc. Eram muito felizes com os lápis de cera (que a mais nova também comia de forma muito aplicada, o que deu origem a várias fraldas com um toque de criatividade), com as canetas de feltro, etc.
E vivíamos todos muito felizes.
Quando íamos a casa de alguém, elas entravam, observavam o ambiente e primeira pergunta:
- Onde é que é a 'paiede' de 'pintai'?
Perceberam?
Para elas era ponto assente que toda a gente tinha em casa uma parede onde se podia pintar. Uma casa sem parede de pintar? como é que era possível?
Modéstia à parte, acho que de todas as ideias brilhantes que eu tive para ir sobrevivendo quando elas eram masi pequenas esta foi mesmo de génio.
Modéstia muito à parte, claro.