Sobre o fim da calçada em Lisboa
"A Assembleia Municipal de Lisboa (AML) aprovou na terça-feira o Plano de Acessibilidade Pedonal, uma iniciativa que prevê a aplicação de 100 medidas, até 2017, para facilitar a mobilidade na capital do país. Algumas destas medidas passam pela criação de mais passadeiras, ciclovias e o rebaixamento de alguns passeios. Mas há outra que está a suscitar muita polémica.
Uma das medidas prevê a retirada da calçada portuguesa e está a gerar polémica, segundo avança a rádio TSF. A Associação de Defesa do Património garantiu já que vai avançar com uma petição para impedir que seja implementada.
Para a Associação de Defesa do Património de Lisboa, «esta medida é inaceitável» e, por isso, segundo a emissora, já anunciaram que vão realizar uma petição para impedir que o pavimento tradicional seja retirado.
À TSF, o vereador dos direitos sociais, João Afonso, garantiu que a retirada do referido pavimento só será feito nos locais em que a mesma represente um perigo".
Esta notícia acabei de lê-la no Diário Digital e consequentemente os comentários de muitos leitores a insurgirem-se contra tal medida.
Eu, como sou do contra, por acaso até acho uma excelente medida. Mais, acho que devia ser alargada a outras cidades, vilas e aldeias
de Portugal.
A calçada portuguesa com tudo o que tem de bonito e tradicional, que eu reconheço e aprecio, em termos práticos é uma porcaria.
Porcaria, sim senhor. Já perdi a conta aos sapatos que deitei para o lixo ou doei com os saltos completamente destruídos por causa da preciosidade tradicional que é a calçada portuguesa.
Há cerca de uns seis meses tive uma experiência nova e ainda menos fascinante: enterrei um salto na porcaria, desculpem, da calçada, estatelei-me ao comprido, esfolei um joelho, um cotovelo, a palma da mão direita e só não destruí a cara porque a mala do meu portátil a amparou. Seis meses depois o meu joelho continua a doer-me e a impossibilitar-me de retomar a ioga. Segundo os médicos não tem nada, mas segundo a minha sensibilidade pessoal nunca mais será o mesmo.
Moro em Santarém, que é uma cidade bonita para se passear e andar a pé, mas infelizmente só posso passear de sabrinas, ténis ou botas sem salto, o que não faz de todo parte da minha forma de estar.
Peço muita desculpa a todos os defensores do tradicional, do nosso património e não sei mais o quê, mas a verdade é que tudo evolui e é muito mais simpático passear a pé por Nova Iorque, cujos passeios são lisinhos e não têm armadilhas.
Viva o cimento e abaixo a calçada.
E sim, estou pronta para os insultos! Venham eles…