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Eu e o mundo

As minhas impressões, opiniões e outras coisas acabadas em ões sobre o mundo, pelo menos o mais próximo de mim.

Eu e o mundo

As minhas impressões, opiniões e outras coisas acabadas em ões sobre o mundo, pelo menos o mais próximo de mim.

Vinte anos

Eles nascem, olham para nós e nós apaixonamo-nos por aqueles rostinhos pequeninos que são nossos. Uma paixão que não acaba nunca, cresce todos os dias a par com um imenso orgulho no nosso feitos, mas muito especialmente nos feitos deles.

Os nossos filhos são, literalmente, pedaços de nós.

Faz hoje vinte anos que fui mãe pela segunda vez. Voltei a viver tudo de novo. Emoções, medos, angústias, orgulho, felicidade do tamanho do mundo, ou dos países todos… como dizia alguém quando era pequenina.

Tenho tanto, mas tanto orgulho de ser tua mãe, meu amor. E já lá vão vinte anos…

Quase nem acredito. E estou sem palavras. Logo eu que tenho sempre tanta coisa a dizer, que nunca me faltam opiniões, considerações e que raramente me faltam as palavras. Mas hoje estão a faltar-me e por isso fico por aqui. Quando eras pequenina dizias-me: “Mamã gosto mais de ti do que os países todos, todos…”, porque eu te dizia que gostava de ti do tamanho do mundo e tu querias ficar por cima. Ganhar. Desde que nasceste que sempre quiseste ganhar. Não gostas de perder e isso é muito bom. És uma vencedora, meu amor. Acho que nunca te tinha contado esta história.

Por isso: Amo-te, filha, do tamanho dos países todos, todos…

Tenho um enorme orgulho maior que o tamanho dos países todos sempre que olho para ti e para a tua irmã. Vocês são a melhor, a maior e a mais bonita coisa que poderia deixar no mundo.

Sê sempre feliz e gosta sempre de mim dos países todos. Por favor. Muitos parabéns, filha. Que a tua entrada nos vinte seja feita de sucessos, muita felicidade e amor.

Mãe

 

Morreu Manuel Forjaz

Morreu Manuel Forjaz.

Não conheci o Manuel Forjaz a não ser através das entrevistas e dos muitos testemunhos que nos deixou. Agora tenho pena de não ter insistido para ir à apresentação do seu livro para fazer a reportagem. Ou de não ter ido lá a título pessoal para o conhecer…

Agora já é tarde e não é possível voltar atrás.

Portanto, não conheci o Manuel. E podia ter conhecido. E gostava muito de o ter conhecido.

Há pessoas que nos mudam a vida, a cabeça, a forma de encararmos algumas coisas. Ontem quando abri o computador e descobri que o Manuel tinha morrido confesso que chorei. Eu sei, não o conhecia. Mas a sua morte tocou-me profundamente. Mais do que muitas vezes me tem tocado a de pessoas que conheço. Há pessoas que sem as conhecermos, as conhecemos…

Acho que o Manuel é, e escrevi é propositadamente, daquelas pessoas que não morrem. A força que transmitia, o brilho no seu olhar vai permanecer. O seu testemunho de vida, tão grande… Não é possível que uma pessoa assim morra. Por isso eu acho que ele não vai morrer nunca.

Hoje tive de escrever um texto sobre a morte do Manuel e escrevi-o em lágrimas. Aconteceu-me, durante esta minha mini carreira no jornalismo, duas vezes. A primeira foi quando escrevi sobre a mastectomia da Angelina Jolie, a segunda foi hoje.

Geralmente passo bem ao lado da morte. Sou uma pessoa muito pragmática e acho que a morte faz parte do nosso percurso. Todos iremos um dia. E contudo não consegui passar indiferente  à morte de uma pessoa que nem conhecia.

Adorei alguns testemunhos como o do Manuel Luís Goucha, do José Alberto Carvalho e do Lourenço Ortigão. Mas muito especialmente, tocou-me o testemunho da Joana de Sousa Cardoso, que há seis anos luta contra um cancro de mama. É para ler e por isso o deixo aqui, na íntegra, esperando que dele retirem o que eu retirei:

“Não o faço nunca, mas hoje sinto essa necessidade... Um desabafo! …Hoje nas redes sociais muito se falou do Manuel Forjaz. Não o conhecia. Mas nutria uma grande simpatia pelo Manuel. Pela forma de encarar a vida. Lembro-me de estar doente e ter visto o seu vídeo... ‘O sentido da Vida’... Porque quando nos sentimos perto da morte é inevitável pensar o que andamos a fazer com a nossa vida. E a maior parte das vezes não estamos a fazer o que realmente gostávamos. Andamos anestesiados por uma sociedade de consumo em que os dias se repetem e nos esquecemos de ser felizes.. Uma amiga uma vez disse-me: ‘Faz o que tens a fazer, mas faz agora!’. Nunca mais me esqueci desta frase e desde então não adio nunca o que acredito que me fará feliz agora... Não sei como vai ser o meu amanhã... Há 6 anos que faço quimioterapia e amanhã por coincidência vou fazer marcadores Tumorais e exames para saber se dia 3 de Agosto de 2014 é o dia mais feliz da minha vida e páro finalmente com os tratamentos. É um desabafo... Porque não consigo deixar de me sentir cada vez mais perto da morte com a notícia de hoje... Durante todo este processo foram várias as pessoas que se cruzaram no meu caminho, amigos, familiares, pessoas que admirava (e continuarei a admirar) que não resistiram à merda desta doença! Sinto-me profundamente triste e impotente... O sentido da vida? Não faço ideia. Mas não vou nunca adiar ser feliz”. 

E está tudo dito! Sejam felizes. Às vezes é bem mais fácil do que parece.

 

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