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Eu e o mundo

As minhas impressões, opiniões e outras coisas acabadas em ões sobre o mundo, pelo menos o mais próximo de mim.

Eu e o mundo

As minhas impressões, opiniões e outras coisas acabadas em ões sobre o mundo, pelo menos o mais próximo de mim.

Quando percebemos que chegámos demasiado tarde...

O Facebook tem destas coisas. Encontramos pessoas que não conseguiríamos encontrar de outra forma. Pessoas com quem não falamos há muito tempo e de quem nos lembramos muitas vezes. Pessoas que fizeram parte da nossa vida nas piores alturas e de quem por um ou outro motivo acabámos por nos afastar, mas de quem não nos esquecemos e continuámos a gostar.

Há muito tempo que andava a tentar encontrar uma amiga que conheci há 20 anos num dos locais onde trabalhei. Criámos muito rapidamente uma empatia enorme e acabou por ser o meu porto de abrigo durante a fase complicada do meu divórcio. Quase que vivi em casa dela e sentia-me lá como em minha casa. A Rosa vivia com um irmão mais novo e juntos saíamos à noite, cozinhávamos (eu cozinhava), comíamos, conversávamos, brincávamos e divertíamo-nos muito. Na casa da Rosa chorei muito, ri muito, desabafei muito. Foi a minha casa de fim-de-semana durante muito tempo. Ia para lá às sextas-feiras depois do trabalho e saía na segunda-feira para ir trabalhar. No pior verão da minha vida, era o único sítio onde me sentia mais ou menos em paz.

Entretanto a Rosa começou a namorar um miúdo mais novo, engravidou, foi mãe, ficou doente com cancro de mama. Eu conheci o meu marido, mudei de casa e de vida e acabámos por ir perdendo o contacto, primeiro aos poucos e depois completamente.

Ontem encontrei o Facebook do irmão da Rosa e através dele, o dela. Enviei um pedido de amizade a ambos, respondido imediatamente por ele… Hoje de manhã, numa mensagem perguntei por ela - Faleceu. Em junho de 2013.

Acho que nunca me vou perdoar por não ter tentado encontra-la mais cedo, por ter deixado que a vida ou que fosse nos afastasse tão definitivamente. O não ter estado com ela quando precisou.

Desculpa Rosa. Desculpa ter estado longe, ter-me afastado, não ter acompanhado de perto a tua vida, não te ter procurado mais rapidamente. Desculpa.

 

E vão três…

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Eu nem gosto de futebol. Não percebo nada de futebol e nem tenho grande paciência para conversas sobre o assunto, mas aqui não se trata só de futebol. Este “puto” é o melhor do mundo. E é português. E de cada vez que ele recebe um prémio o nome de Portugal volta a ouvir-se. Três botas de ouro é obra.

É piroso? Pode ser. É bimbo? Com muito gosto, provavelmente. É vaidoso? E então? Tem razões de sobra para isso, ora essa.

Muitos parabéns Cristiano. Continua piroso, bimbo, vaidoso, mas a bater na bolinha como ninguém.

Estive a ver um bocadinho da cerimónia de entrega das botinhas de ouro e não pude deixar de reparar - na plateia, como sempre, estava a Dona Dolores, a mulher do útero de ouro, que deitou cá para fora um puto que a enche de orgulho e a todos os portugueses todos os dias. Estava o filho, Cristianinho, muito bem comportado, como os filhinhos de muita gente que diz mal do pai dele, não estariam no lugar dele.

O orgulho e a emoção na cara da dona Dolores não se fabricam, são de coração de mãe, que vê o seu menino conquistar chuto a chuto um lugar cada vez maior na história do futebol mundial. São de uma mãe que não sente necessidade de mudar porque é a mãe do melhor do mundo e continua a afirmar com orgulho que o filho ainda adora o seu Bacalhau à Brás.

Permitam-me ser lamechas, que nestas coisas de sentimentos maternais, eu admito que o sou, mas qual a mãe que não gosta de ver os seus filhos conquistarem os seus sonhos? É coisa de mãe, que os nossos meninos sejam felizes.

Muitos parabéns Dona Dolores. O seu puto pode ser o que as cabecinhas tristes e invejosas deste país lhe quiserem chamar, mas o nome dele vai ficar na história do futebol para todo o sempre como um dos melhores de sempre - o Cristiano Ronaldo, português, que nasceu na ilha da Madeira, que teve uma infância difícil e cheia de privações. Agora é o Cristiano Ronaldo do mundo, que o trata como um herói, quando tantas vezes os portugueses escarnecem dele.

E vão três… E neste caso palpita-me não ter sido só esta a conta que Deus fez.

 

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