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Eu e o mundo

As minhas impressões, opiniões e outras coisas acabadas em ões sobre o mundo, pelo menos o mais próximo de mim.

Eu e o mundo

As minhas impressões, opiniões e outras coisas acabadas em ões sobre o mundo, pelo menos o mais próximo de mim.

A E. L. James é uma aldrabona do pior

Vamos lá então falar do novo livro de E.L. James - a suposta perspectiva da história “50 Sombras de Grey” do lado do sedutor e “dark” Mr. Grey.

Comecemos pelo facto de eu não gostar mesmo nadinha de me sentir enganada. E senti-me bastante depois de ler a porcaria do livrinho. Que não é bem um livrinho, são 595 páginas de “mais do mesmo”.

Ora bem, a senhora James parece-me ser uma mulherzinha muito esperta. Com aquele tipo de “esperteza saloia” que me irrita bastante. Ai e tal, toda a gente quer conhecer a história da perspectiva do Christian Grey? Ok, eu dou-vos a conhecer a história da perspectiva do homem. E deu… Quer dizer, mais ou menos...

E como? Ah pois, aí é que a coisa se torna mas negra… Perceberam os trocadilho?

Então ela pegou no primeiro volume da trilogia e limitou-se a reescrevê-lo na voz do Christian. Nem mais nem menos. Mentira, com mais 48 páginas do que o primeiro livro. Mas de resto, é igualzinho. Toda a transcrição da troca de mails, a minuta do contrato submissa/dominador, enfim, é igual.

Ou seja, é um engodo. Já nem falo da qualidade da escrita ou seja do que for a esse nível. Mas voltar a levar com a primeira vez da Anastasia, com o cerco que o Grey lhe fez, etc, etc, é um bocadinho de mais, não lhe parece senhora James?

Podia ter sido pelo menos um bocadinho original ter disfarçado, sei lá, qualquer coisa que levasse a que uma pessoa não tive vontade de ir devolver a porcaria do livro à loja.

É publicidade enganadora, senhoras. Não vale de todo a pena comprar. Mesmo.

Nada neste novo livro acrescenta seja lá o que for que já não soubessemos sobre Grey. 

 

Antiguidades, ternura, tias e marmelada

Gosto tanto de ser antiga. Gosto mesmo. Não é raro o meu marido virar-se para mim e dizer-me: “És muito antiga”. E ri-se no gozo comigo e com as minhas antiguidades.

Ele tem razão, eu sou mesmo antiga. Em muitas coisas. Nas canções, que gosto de ouvir e que me recordam um tempo em que eu ainda nem tinha nascido, na forma como faço a comida e como a tempero e naquela mania, muito minha, de fazer as minhas polpas de tomate, o tomate seco, as compotas, os doces e as marmeladas. Já para não falar dos bolos, dos biscoitos, enfim, de quase tudo.

É como eu costumo dizer: “Odeio comida pré-fabricada”. É que odeio mesmo. Sempre achei tão interessante ser eu a produzir os bolinhos de aniversário, os biscoitinhos, as bolachinhas de chocolate, os rissóis, os croquetes, o folar da Páscoa, os docinhos todos do Natal, tudo, tudo…

Adoro quando tenho pretexto para ir para a cozinha e ficar por lá horas a fio, às vezes dias, a produzir coisas, a confecionar petisquinhos e coisinhas e sentir à porta da minha casa o cheiro a antigamente.

Sabem aquele cheirinho da casa da avó? No meu caso era mais das tias, porque uma das minhas avós morreu quando eu tinha 4 anos e a outra nunca foi uma pessoa de quem fosse muito próxima. Mas as minhas tias, em especial a minha tia Matilde fez o favor de me deixar essa lembrança na memória.

Sempre que chegava a casa da minha tia começava por beber água no púcaro de alumínio que estava pendurado no quintal na torneira por cima do tanque de lavar a roupa. A melhor água do mundo, garanto. Um sabor especial o daquele púcaro. Não sei se ainda por lá anda…

E depois avançava para a cozinha da minha tia, uma cozinha com uma lareira alentejana onde o lume ardia e deitava calor a uma panela de barro assente em cima de uma trempe, onde fervilhavam feijões, couves, batatas, uma sopa com o melhor saborzinho do mundo, de que ainda hoje guardo o cheiro e o carinho com que era feita.

Também na casa da minha tia comi o melhor queijo fresco do mundo, apertado no cincho pelas mãos da minha tia que nunca pintou as unhas nem foi à manicure mas que tinha e continua a ter, certamente, das mãos mais bonitas do mundo.

Foi com ela que passei algumas das melhores tardes de verão, a brincar com pequenas forminhas em alumínio, julgo que da minha prima, a sentir cheiros e a comer coisas boas que guardei até hoje no coração.

Obrigada, tia Matilde (ti’à Matilde, como se diz na minha terra) por ter contribuído de forma tão decisiva para o meu stock de memórias boas. Guardo-as a todas com muito carinho.

Tenho mais tias, a minha querida tia Ana, que eu adoro, a minha madrinha Emília, que adoro também, a minha tia Isabel, a mais nova da ninhada e querida, querida, já para não falar que faz as melhores empadas de galinha do mundo e arredores, e ainda as tias adotadas, como a tia Laurinda e a minha madrinha Benvinda, e todas elas me mimaram quando era miúda, sempre que me apanhavam a jeito. Em casa de todas me senti sempre amada e mimada, muitas vezes até mais do que na minha e a todas agradeço por terem contribuído para me tornarem uma pessoa melhor e com muita bagagem boa dentro de mim.

Uma bagagem que tem sido tão importante e fundamental para manter a sanidade em algumas alturas da minha vida. Estou distante de todas, quase não as vejo, mas guardo-as no meu coração com a ternura que elas me transmitiram em criança.

 

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