2012
Numa perspectiva mais geral eu diria que o melhor de 2012 foi conseguir sobreviver até hoje, dia 20 e com um bocadinho de sorte mais onze dias até ao final do ano.
Aprofundando um pouco as minhas reflexões sobre este ano...
O melhor é a minha família, sem dúvida. Lamechas? Talvez, mas é o que sinto.
O meu marido, as minhas filhas, a filha dele, o neto dele, a minha gata... tudo gente que faz parte do meu mundo e que o torna muito melhor e menos agressivo do que o que nos rodeia.
O melhor de 2012 foi a entrada das minhs filhas na faculdade, o sentir que estão felizes, embora longe de casa, e que estão a gostar dos cursos, memso que as perspectivas de futuro não sejam animadoras.
O melhor de 2012 foi continuar o meu trabalho, de que gosto muito, conhecer pessoas, afirmar-me e começar a deixar de estar tnato na sombra dos outros. Começo a ter menos pudor em utilizar a palavra jornalista para me definir profissionalmente. Aos poucos, devagarinho, mas começo.
O melhor é poder continuar a passar horas na minha cozinha no meio dos meus tachos, panelas, frigideiras, woks, formas e forminhas, cortantes e outras coisas que tais.
O melhor é olhar pela janela e ver o sol, que nem o primeiro ministro consegue afugentar de Portugal.
O pior é sentir que existe cada vez mais gente que passa muito mal, que tem muitas dificuldades e que não tem o que dar de comer aos filhos.
O que me marcou mais durante este ano foi a tristeza no rosto das pessoas. Os portugueses estão tristes, os semblantes carregados, os olhos murchos.
A falta de civismo, de respeito pelos outros, de delicadeza e a quase extinção do cavalheirismo, uma coisa tão apreciável e que está a cair em desuso.
O meu ano foi bom. Não ganhei o euromilhões ne coisa do género.
Foi bom porque tenho o que comer e que dar de comer aos meus, tenho saúde e energia para continuar a lutar pelo meu futuro e pelo dos meus, porque tenho um tecto e porque continuo a ser eu.
Acima de tudo por continuar a ser eu. Defeitos, qualidades, virtudes, dramas, alegrias, tristezas e tudo o que faz a vida de um ser humano.
Que venha 2013. Sem medos. como se diz no Ribatejo: "He touro lindo!"